São Francisco (EUA) – A X Corp., empresa que sucedeu o antigo Twitter, e seu proprietário Elon Musk chegaram a um entendimento preliminar para encerrar uma ação coletiva movida por ex-funcionários desligados em massa logo após a compra da plataforma em 2022. O acordo, apresentado à Justiça norte-americana na quarta-feira (20), busca pôr fim a um processo que reivindicava US$ 500 milhões em indenizações de rescisão.
Segundo documentos protocolados no 9º Tribunal de Apelações dos Estados Unidos, os advogados da X e dos trabalhadores solicitaram o adiamento de uma audiência marcada para 17 de setembro. O objetivo é garantir tempo suficiente para finalizar os termos do acerto, que prevê o pagamento de valores não revelados aos cerca de 6 mil empregados dispensados na reestruturação promovida logo após a mudança de controle da rede social.
Origem da disputa
A demanda judicial foi iniciada na Califórnia por Courtney McMillian, então chefe de programas de benefícios do Twitter, e por Ronald Cooper, ex-gerente de operações. Ambos representavam um grupo de ex-colaboradores que alegou descumprimento de um plano de indenização aprovado em 2019. De acordo com esse regulamento interno, a maior parte dos funcionários teria direito a pelo menos dois meses de salário-base, acrescidos de uma semana adicional para cada ano completo de serviço, em caso de demissão. Para cargos de nível sênior, o benefício chegaria a seis meses de remuneração.
Os autores sustentaram que, depois da aquisição concluída em outubro de 2022, a empresa pagou no máximo um mês de salário a parte dos dispensados. Muitos, afirmam, não receberam qualquer quantia. A ação, protocolada como coletiva, buscava reparação para milhares de trabalhadores afetados pelos cortes, que reduziram a força de trabalho à metade como parte de um plano amplo de contenção de custos.
Decisões judiciais anteriores
Em julho de 2024, um juiz federal em São Francisco rejeitou a ação, entendendo que o litígio deveria ser resolvido por meio de arbitragem individual, e não nos tribunais. McMillian, Cooper e demais autores recorreram então ao 9º Tribunal de Apelações, também sediado em São Francisco. A audiência do recurso estava agendada para ocorrer em 17 de setembro, data agora em suspenso enquanto as partes finalizam o entendimento.
A petição conjunta entregue à corte indica que o acordo previsto contempla o pagamento de compensações financeiras e o encerramento definitivo do processo. Os montantes a serem distribuídos não foram divulgados, e os advogados de ambas as partes não responderam aos pedidos de comentário feitos pela imprensa até o momento.
Demissões em massa após a compra
Elon Musk adquiriu o Twitter em 2022 por aproximadamente US$ 44 bilhões e, logo em seguida, implementou uma reestruturação que resultou na demissão de cerca de 6 mil funcionários ao redor do mundo. A justificativa apresentada na época foi a necessidade de equilibrar as finanças da companhia e adequar a estrutura operacional à nova estratégia do bilionário, que posteriormente rebatizou a plataforma como X.
Imagem: g1.globo.com
Além da ação conduzida por McMillian e Cooper, outras disputas relacionadas às demissões continuam tramitando em tribunais da Califórnia e de Delaware. Esses processos questionam desde o valor das indenizações pagas até alegações de violações de leis trabalhistas estaduais e federais. O acordo provisório anunciado agora se aplica exclusivamente ao processo que corria no 9º Tribunal de Apelações.
Próximos passos
Com o pedido formal de adiamento da audiência, a corte deve avaliar se concede o prazo solicitado pelas partes. Caso o acordo seja homologado, o processo será encerrado e os ex-empregados contemplados receberão as quantias acertadas. Embora os termos permaneçam confidenciais, o entendimento reflete um avanço significativo em uma disputa que se arrasta desde novembro de 2022, quando começaram a ser registrados os primeiros desligamentos.
O caso ganhou destaque não apenas pelo montante reivindicado, mas também por ilustrar o impacto das decisões de Elon Musk sobre a cultura corporativa e sobre relações de trabalho em empresas de tecnologia. A solução fora dos tribunais, se confirmada, permitirá que a X concentre esforços em outras frentes judiciais ainda em andamento e, ao mesmo tempo, trará algum alívio financeiro aos antigos colaboradores que contestaram as condições de suas saídas.
Até a conclusão definitiva do acordo, permanecem em sigilo tanto a soma total a ser desembolsada quanto o cronograma de pagamento. O tribunal não estabeleceu novo prazo para apresentação da versão final do entendimento.
Com informações de G1
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